Segundo o The World Counts (theworldcounts.com), que congrega dados de diversas organizações, a cada ano, a humanidade consome cerca de 350 milhões de toneladas de carne. O volume de água necessário para produzir 1 kg de carne bovina, na média mundial, é de 15,5 mil litros, de acordo com a Embrapa; e, de acordo com a ONU, a pecuária emite anualmente 7,1 giga toneladas de poluentes, como o CO2 na atmosfera, o que corresponde a 14,5% dos gases que provocam o efeito estufa.

A solução para equilibrar essa conta pode vir de startups, foodtechs que usam tecnologia de ponta para substituir a proteína animal por ingredientes vegetais que causam menos impacto no ambiente e que têm a vantagem de serem benéficos para a saúde. Para se ter uma ideia, com a água necessária para produzir um único hambúrguer bovino é possível produzir 40 hambúrgueres à base de ervilha. Da mesma forma, para a produção de 10 milhões de litros de leite de aveia, são emitidos cerca de 3,5 toneladas de CO2, em comparação com as 10.956 toneladas de CO2 emitidas para a produção do mesmo volume de leite de vaca.

Tendo como alvo principal os flexitarianos e a meta de propor uma redução do consumo de carnes e similares, as foodtechs desenvolvem carne bovina, ovos, leite, frango e outros alimentos, utilizando métodos que não destroem o planeta. “O objetivo de toda foodtech é convencer quem come proteína animal a experimentar alternativas. Por isso, é fundamental que os produtos sejam análogos aos que dominam as prateleiras dos mercados. Se a maior parte dos consumidores aderir à ideia e virar flexitariano, a pressão que a pecuária exerce sobre o meio ambiente será bem menor”, disse Paulo Ibri, CEO e fundador 100 Foods.

A proposta das foodtechs de substituir a proteína animal por ingredientes vegetais tem chamado à atenção dos investidores. Alguns exemplos são a chilena NotCo, que usa um algoritmo de inteligência artificial para criar alimentos plant-based comercializados no Brasil, Chile e Argentina, e a brasileira Fazenda Futuro, a mais conhecida do Brasil.