O conceito plant-based, ou à base de plantas, se refere a adoção de uma dieta formada por alimentos de origem vegetal íntegros, que não tenham passado por refinamento ou processamento industrial, propondo a substituição e exclusão de alimentos que possuam origem animal, como carnes, ovos, laticínios e outros. O termo foi criado em 1980, por Thomas Colin Campbell, bioquímico nutricional da Cornell University, quando apresentou um de seus estudos sobre dietas ao NIH (Institutos Nacionais da Saúde), defendendo que dietas com baixas quantidades de proteína animal e gorduras, e repleta de vegetais íntegros, reduziriam a ocorrência de doenças.

Quase 41 anos depois, segundo a pesquisa “Plant Based Foods Poised for Explosive Growth”, publicada pela Bloomberg Intelligence em agosto de 2021, os alimentos plant-based devem ocupar 7,7% do mercado mundial de proteínas, ou o equivalente a US$ 162 bilhões até 2030.

Com um boom durante a pandemia e ótimas perspectivas de crescimento, as dietas baseadas em plantas se tornaram atraentes para a agroindústria, que prevê crescimento do setor no próximo período, focando, principalmente, em satisfazer a memória alimentar dos consumidores e oferecer variedade de escolha.

Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA), esse tipo de dieta é atraente para veganos, vegetarianos e flexitarianos, sendo que os vegetarianos ocasionais, são um dos perfis que mais tem atraído investimentos de empresas no plant-based, principalmente direcionados a carnes vegetais, um setor que oferece grande oportunidade de crescimento, desde que entregue saudabilidade e experiência sensorial similar ao produto de origem animal.

As alternativas são criadas usando cogumelos, feijão, soja e outros itens, ou ainda, a partir de processos químicos realizados para extrair diretamente a proteína necessária dos alimentos de origem animal. Entre os produtos já disponíveis no mercado, estão bebidas vegetais, como leites produzidos à base de amêndoas, soja e castanhas; carnes produzidas com cogumelos, jaca, ervilha e feijão, que imitam frango e carne bovina; molhos, como cremes de leite e ingredientes para saladas, produzidos a partir de soja, castanhas e outros ingredientes vegetais; e alternativas ao ovo, produzidas com ingredientes plant-based em formato líquido ou congelado.

Mas a agroindústria vem investindo em novas maneiras não apenas para tornar os alimentos plant-based mais próximos das suas versões animais, mas também de diversificar a gama de opções, e isso significa que novidades devem chegar ao mercado plant-based nos próximos anos.