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Mordida vegana da Marfrig

Maior produtora mundial de hambúrgueres, a multinacional brasileira aumenta a aposta no mercado plant-based para expandir sua linha de produtos e ganhar espaço.

A palavra “flexitariano” surgiu há quase duas décadas, mas ainda desperta estranheza em muita gente. É um termo mesmo curioso, tanto pela sonoridade quanto pelo significado, pois é sinônimo de quem está reduzindo o consumo de carne — bovina, suína ou de frango — mas não quer deixar de saboreá-la. Agora, para quem olha essa mudança de hábito e de vocabulário pelo prisma dos negócios, o que existe é um vasto cardápio de oportunidades. É o caso da Marfrig, maior produtora mundial de hambúrgueres e uma das maiores indústrias globais de carne bovina, que acaba de concluir a compra de duas empresas internacionais do segmento de alimentos 100% à base de plantas.

A aquisição envolve a canadense Sol Cuisine e a Hilary’s, dos Estados Unidos, e foi feita por meio da PlantPlus Food, joint venture que a Marfrig tem com a Archer Daniels Midland Company (ADM), desde maio de 2020, para atender e estimular o mercado de produtos plant-based na América do Norte e na América do Sul. De acordo com um comunicado da Marfrig sobre o acordo para essa compra, emitido em novembro do ano passado, o investimento foi de US$ 140 milhões, dos quais US$ 100 milhões saíram do próprio caixa da gigante de proteína animal, que é dona de 70% da PlantPlus.

Pode parecer contraditório o interesse de uma companhia que abate mais de 30 mil bovinos por dia e produz 222 mil toneladas de hambúrgueres por ano pela indústria de alimentos fabricados exclusivamente à base de plantas. Mas, como dizem, quem manda no mercado é a demanda. Em outras palavras, é o consumidor que está no comando. E ele tem mudado seus hábitos.

Em 2020, o Good Food Institute realizou uma pesquisa no Brasil com 2 mil pessoas e metade delas disse que havia reduzido o consumo de carne (bovina, suína, de aves e peixes) nos 12 meses anteriores. Desse grupo, 12% afirmaram que nessas ocasiões colocavam no lugar alguma “carne vegetal” que se parecesse com a de origem animal. O recorte nacional é bem parecido com o que se vê em dimensão global — dados da Pesquisa Euromonitor de Saúde e Nutrição 2020 mostraram que 42% dos consumidores mundiais estão diminuindo o consumo de produtos de origem animal, ou seja, são flexitarianos.

Para o CEO da PlantPlus, John Pinto, a expansão da indústria plant-based oferece muitas oportunidades. “Após as aquisições da Sol Cuisine e da Hilary’s, vamos continuar a construir, liderar e inovar com proteínas alternativas para atender a alta demanda em várias regiões geográficas”, disse. Segundo a própria PlantPlus, o crescimento médio desse mercado por ano é de 17% na América do Norte e 15% na América do Sul. E, ainda de acordo com a empresa, o valor do mercado global de plant-based era estimado em US$ 6,5 bilhões em 2021, com projeção de chegar a US$ 25 bilhões em 2030.

CONCORRÊNCIA O Revolution Burger foi o primeiro produto que a PlantPlus apresentou ao mercado brasileiro, um hambúrguer à base de soja e livre de transgênicos. E o lançamento esquentou mesmo quando caiu na chapa do Burger King e recheou o sanduíche vegano Rebel Whooper. Atualmente, a linha de produtos plant-based da PlantPlus tem também carne moída, almôndega e kibe. A ideia agora é apertar o passo. “Como atendemos um público que consome diversos tipos de proteína, vamos oferecer produtos diferenciados e inovadores”, afirmou o CEO da joint venture entre a Marfrig e a ADM. E é bom mesmo acelerar, porque a concorrência vem em alta velocidade.

A JBS, por exemplo, uma das maiores indústrias de alimentos do mundo, investiu 341 milhões de euros em abril de 2021 para comprar a Vivera, terceira maior empresa do segmento plant-based na Europa. Ainda na prateleira dos produtos à base de planta, a companhia tem a linha Incrível Seara; a marca OZO, da Planterra Foods; e a aquisição da espanhola Biotech, que marca a entrada no setor de proteína cultivada, inclusive com a construção de um centro de pesquisa. A BRF, que também integra a lista das lideranças globais em alimentos, tem a linha Veg&Tal, que iniciou em março de 2020, com hambúrguer, nuggets, bacon e tortas e, mais recentemente, lançou o Veg Frango 100% Vegetal, primeira carne de origem vegetal carbono neutro do País. Todo mundo procura colocar um tempero diferente nessa disputa.

Empurrão digital no varejo

A Marfrig decidiu apoiar a transformação digital do food service. A gigante do setor de carne bovina é a décima empresa a integrar o hub de tecnologia brasileiro 4all, responsável pelo desenvolvimento da startup Quiq, plataforma de gerenciamento de pedidos on-line para delivery e take away. A estimativa é de que dentro de dois anos, a contar do lançamento em agosto de 2021, a ferramenta seja utilizada em mais de 20 mil restaurantes no Brasil. E chegue a 15% de todo o mercado nacional de food service nos próximos cinco anos.


Fonte: ISTOÉ Dinheiro








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