Foodtech nasceu no Brasil e só produz produtos à base de plantas. Está presente em 28 países e vale cerca de 370 milhões de euros.
asceu no Brasil em 2019, com a intenção de mudar a forma como o mundo come carne e chegou a Portugal em março deste ano. A Future Farm - uma foodtech internacional - só produz produtos à base de plantas, vale atualmente mais de 400 milhões de dólares (cerca de 370 milhões de euros) e já está presente em 28 países.
Em entrevista ao Dinheiro Vivo, o diretor de Marketing EMEA & APAC da Future Farm, Pedro Zuim, relembra o início da marca. "Tudo começou no que costumava ser uma fábrica de pizza Domino's. Foi lá que desenvolvemos a nossa primeira versão de proteínas vegetais, que capturaram o sabor e a textura da carne real". Os empreendedores Marcos Leta e Alfredo Strechinsky queriam dar ao mundo uma opção saborosa, menos nociva para o ambiente, mas com o mesmo sabor e textura da carne, sem recorrer a essa matéria-prima. "Sem prejudicar os animais nem o planeta", reforça Pedro Zuim.
Foi em 2020 que a Future Farm conseguiu uma ronda de investimento de cerca de 21 milhões de euros. Este montante juntou-se aos 7,8 milhões de euros iniciais que tinha já recebido em 2019 e é desta forma que a marca tem vindo a expandir a de produtos de origem vegetal e "acelerar o seu lançamento em cada vez mais mercados internacionais". No final do ano passado, num investimento da Série C, co-liderado pelo BTG Pactual, XP Inc e Rage Capital, a Future Farm conseguiu mais 53 milhões de euros, valendo atualmente cerca de 370 milhões de euros (mais de 400 milhões de euros). Só na Europa a marca tem anualmente "um crescimento que ronda os 1000%", revela aquele responsável.
A Future Farm oferece já uma gama variada de produtos plant based. Hambúrgueres, carne picada, almôndegas e salsichas frescas são alguns dos alimentos que em Portugal podemos encontrar online e também nos El Corte Inglés de Lisboa e de Vila Nova de Gaia. Todos elaborados com ingredientes como proteína de ervilha, soja isolada e proteína de grão-de-bico. A beterraba também está presente para "imitar a cor da carne e o 'sangue'" da carne, explica Pedro Zuim, frisando que todos os produtos são sem glúten, sem aromas artificiais, sem organismos geneticamente modificados (OGM), e "claro, sem carne animal". O diretor de Marketing da empresa adianta, também, que a adesão dos consumidores tem sido "realmente boa", uma vez que as pessoas "surpreendem-se com a qualidade e com a semelhança de sabor às carnes de origem animal".
Em estudo estão agora 12 protótipos diferentes e a empresa quer chegar aos "leites vegetais e derivados".
A Future Farm tem já uma pareceria estabelecida com a "Like a Lord Burguers" - a hamburgueria virtual de Rui Unas - para quem fornece o hambúrguer vegetariano. A nova colaboração é com o chef Pedro Abril, da MUSA da Bica, "que está a desenvolver receitas de seus famosos "munchies" com Future Farm", desvenda Pedro Zuim, escusando-se a fornecer mais detalhes sobre a pareceria. Mas "podemos dizer que todos se irão surpreender com receitas tipicamente portuguesas feitas com os nossos produtos", garantiu.
Na calha estão mais colaborações "com outros pontos de vendas em Lisboa e Porto, tanto como supermercados, como aplicações de entregas e restaurantes".
Os produtos das parcerias são precisamente os mesmos a que o consumidor final tem acesso, explicou ainda o responsável. O que pode variar é a forma como são confecionados. "Estamos tão convencidos da qualidade e sabor dos nossos produtos, que não há restrições ou limites para a criação ou adaptação das receitas que adoramos".