Projeto inicia em novembro de 2022 e tem prazo de 6 meses
O The Good Food Institute Brasil convida empresas e instituições interessadas em desenvolver o Mapeamento do Estágio de Desenvolvimento da Tecnologia de Fermentação Aplicada às Proteínas Alternativas no Brasil a enviarem suas propostas até o dia 31 de julho.
O objetivo principal do estudo é entender o estágio de desenvolvimento da tecnologia de fermentação aplicada às proteínas alternativas, os potenciais e desafios da tecnologia, gargalos e oportunidades para produção em larga escala. Visando o desenvolvimento da tecnologia de fermentação aplicada às proteínas alternativas no Brasil, o mapeamento deve contribuir para o aprofundamento de um plano estratégico e prover subsídios técnicos e científicos para orientar as futuras ações de legisladores, reguladores, empresas, professores e pesquisadores da área.
O estudo será dividido em seis etapas: elaboração de um white paper sobre a tecnologia de fermentação aplicada às proteínas alternativas; de um glossário com termos técnicos usuais dessa tecnologia; identificação da organização da comunidade científica e infraestrutura de pesquisa; elaboração de um plano educacional para formação de pessoas na área de fermentação aplicada às proteínas alternativas; avaliação da geoeconomia da fermentação aplicada às proteínas alternativas; e elaboração de um plano estratégico para o desenvolvimento da tecnologia de fermentação aplicada às proteínas alternativas no Brasil.
O projeto é previsto para iniciar em novembro de 2022 e o prazo desejado para a execução é de seis meses. As propostas poderão ser enviadas até dia 31 de julho, em formato PDF, para o email ciencia@gfi.org. O documento deverá conter, obrigatoriamente, um cronograma, os valores previstos para execução de cada etapa, o investimento total, a metodologia a ser utilizada e o currículo dos profissionais que vão desenvolver o trabalho.
O edital completo, com todas as orientações para a submissão da proposta, assim como todas as demais informações sobre o estudo, podem ser acessadas neste link.
Contextualização
A fermentação é utilizada há milênios na produção de alimentos (como pão, cerveja, vinho, vinagre e outros produtos básicos). No entanto, no último século, a tecnologia moderna possibilitou que a fermentação ganhasse diversas novas aplicações.
Na indústria de proteínas alternativas, a fermentação refere-se ao cultivo de microrganismos com a finalidade de processar um alimento ou ingrediente; obter mais do próprio microrganismo como fonte primária de proteína ou ingredientes específicos (como aromatizantes, enzimas, proteínas e gorduras para incorporação em produtos feitos de plantas ou carne cultivada). A indústria plant-based utiliza a fermentação tradicional, a fermentação industrial de biomassa e a fermentação de precisão como três técnicas principais.
Os desafios para tornar produtos feitos de plantas com características sensoriais, funcionais e nutricionais similares aos convencionais são vários. Busca-se por tecnologias e ingredientes que contribuam para o incremento dessas características nos produtos vegetais, que proporcionem uma experiência de consumo igual ou melhor do que os produtos de origem animal análogos.
A tecnologia de fermentação tem se apresentado como uma grande aliada na resolução desses desafios, viabilizando o aprimoramento das características desejadas e resultando em produtos vegetais mais saborosos, nutritivos e similares aos convencionais. Ela também tem contribuído para o desenvolvimento da tecnologia de carne cultivada, produzindo importantes moléculas específicas do processo (como fatores de crescimento livre de origem animal). Além disso, proteínas como colágeno e fibronectina, produzidas por meio da fermentação, podem servir como componentes de suporte em substituição às suas versões de origem animal.
Dessa forma, a fermentação mostra ser uma tecnologia capacitadora e inovadora para o setor de proteínas alternativas, contribuindo para uma nova geração de ingredientes e produtos com atributos sensoriais e funcionais aprimorados. Não à toa, no início de 2022, a fermentação foi citada pelo GFI como uma das sete tendências globais que vão dominar o setor plant-based.