O fabricante holandês de ingredientes vegetais Fooditive revelou sua nova caseína vegana em um leite alternativo sem animais feito de ervilhas usando fermentação. O ingrediente é a primeira caseína vegana disponibilizada para aplicações na indústria alimentícia.

Vários desenvolvedores de alimentos e empresas de alimentos se inscreveram para testar o componente em seus produtos, relata Fooditive.

“Nossos próximos passos serão estudos adicionais e a aplicação para a Autoridade Europeia de Segurança Alimentar (EFSA) e a Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA (FDA) para levar nossa caseína vegana para a próxima etapa”, disse Moayad Abushokhedim, fundador e CEO da Fooditive.

O objetivo da empresa é fornecer leite sob demanda nos próximos anos e erradicar as desvantagens da pecuária industrial, lactose, hormônios e antibióticos.

“Fazer alimentos saudáveis e acessíveis para todos significa que simplesmente precisamos direcionar todos os aspectos de nossa dieta, e produtos sem animais deveriam fazer parte dela”, diz Abushokhedim.

Leite à base de OGM reimaginado
Com experiência em ciência de alimentos e experiência em fermentação, a Fooditive desenvolveu seu processo para a caseína vegana usando ingredientes vegetais acessíveis, como ervilhas.

Fooditive concentra-se em quatro tipos de caseína; β-caseína, κ-caseína, α-S1-caseína e α-S2-caseína para infundir sabor de queijo e a mesma elasticidade e sensação na boca.

“Estamos planejando levantar nosso financiamento em 2023 para construir nossas próprias instalações de produção na Holanda”, explica Abushokhedim.

O processo é iniciado pela codificação de sequências de DNA da proteína caseína em microrganismos com plasmídeo de células de levedura que podem transferir informações genéticas de uma sequência genética para outras partes da célula.

A levedura modificada, com DNA produtor de proteínas, se converte em um novo organismo. Com o uso de fermentação de precisão a levedura é aplicada em tanques de biorreator e alimentada com nutrientes, sendo as proteínas purificadas.

“Entendemos que a produção de organismos geneticamente modificados (OGM) de grau alimentício está em constante debate devido à combinação de percepções negativas dos consumidores e a desconfiança dos conglomerados”, afirma Niki Karatza, gerente de produto da Fooditive.

“Nosso objetivo é mudar isso, mostrando à indústria de alimentos e aos consumidores finais uma abordagem inovadora para a criação de produtos sustentáveis.”

Reforma dos laticínios
A caseína vegana é adequada para formulações de leite lácteo, como iogurte, cremes e queijos que demonstram características de derretimento. A caseína é uma das principais proteínas do leite que lhe conferem textura, sabor e funcionalidade.

Uma nova pesquisa de consumo em toda a Europa da Innova Market Insights destaca um desejo generalizado entre os consumidores de experimentar mais alternativas baseadas em plantas em uma gama de produtos.

Entre os flexitaristas, a confiança na segurança dos produtos à base de plantas é alta, mas permanecem as preocupações com o custo e a escolha limitada.

“Entregar ingredientes que foram produzidos de forma sustentável é a principal chave para um futuro duradouro que pode sustentar a crescente população humana”, acrescenta Abushokhedim.

Ao copiar o componente proteico essencial do leite, a caseína, qualquer queijo pode ser recriado para ser baseado em vegetais no futuro, de acordo com esses Vegan Cowboys , uma empresa com sede na Bélgica fundada pelos antigos proprietários do The Vegetarian Butcher. Com base na crescente demanda por alternativas de queijo vegano, a empresa está explorando métodos de fermentação microbiana para a produção de caseínas em uma produção de laticínios vegetal de custo competitivo.

Em colaboração com a Norco, a Eden Brew também cultiva produtos lácteos sem animais usando fermentação de precisão para a fermentação do leite.

Em julho passado, a Nobell Foods - uma empresa com sede nos Estados Unidos que cultiva compostos lácteos de plantas - arrecadou US $ 75 milhões em financiamento da série B para novos empreendimentos na produção de proteínas lácteas essenciais, incluindo caseína, a partir da soja.