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Feijão, ervilha, lentilha e grão-de-bico têm importância estratégica na segurança alimentar

No Brasil, diversos tipos de pulses são produzidos durante o ano. O país é, por exemplo, o terceiro maior produtor mundial de feijão

Os alimentos classificados como pulses fazem parte da dieta de boa parte da população brasileira, mundial, e têm uma importância estratégica para a garantia da segurança alimentar. Mas afinal, o que são pulses? De acordo com as informações da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o termo se refere às sementes secas de leguminosas. São os casos, por exemplo, de feijão, ervilha, lentilha e grão-de-bico. São ricas em proteínas, fibras, vitaminas e minerais e excelentes fontes de micronutrientes.

Pela sua relevância e para ampliar a consciência sobre seus benefícios, a Organização das Nações Unidas (ONU) definiu o dia 10 de fevereiro como o Dia Mundial dos Pulses.

A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) aponta que, como essas leguminosas podem ser armazenadas por muito tempo, elas podem ajudar a aumentar a diversidade das dietas, especialmente nos países em desenvolvimento.

Diante de uma série de benefícios, a Organização considera os pulses como alimentos de destaque na segurança alimentar mundial e relevantes para o combate à fome no planeta. No Brasil, diversos tipos de pulses são produzidos durante o ano. O feijão, por exemplo, é cultivado em todas as regiões, tornando o país o terceiro maior produtor mundial.

Os estados do Paraná, Minas Gerais e Bahia concentram 50% da produção nacional de feijão, mas o Distrito Federal tem se destacado nesse cenário. Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção total da leguminosa totalizou 39 mil toneladas em 2022. A primeira safra, que é a principal no Distrito Federal, totalizou 27,1 mil toneladas.

Tradição da família: plantio de feijão

Na região de Planaltina (DF), o produtor gaúcho Helio Dal Bello dá sequência a uma tradição da família: produzir feijões e outros grãos. Nascido no Alto Uruguai, no Rio Grande do Sul, Helio aprendeu desde criança como cultivar o feijão.

Antes de vir para o Centro-Oeste, ele e a família plantavam feijão preto no Sul com o auxílio da matraca (equipamento de uso manual), arrancavam com a mão e batiam na “trilhadeira” (máquina de beneficiamento de grãos).

“Na época a gente também plantava milho com distância de um metro de largura entre uma planta e outra para poder plantar o feijão no meio, ou seja, eram duas culturas juntas”, disse.

O produtor contou que assim que surgiu uma oportunidade, ele veio para Planaltina para cultivar feijão irrigado. “Na primeira safra (em outubro) plantamos o “feijão das águas” e colhemos entre janeiro e fevereiro. Já o feijão irrigado plantamos em abril e maio para colher em junho e julho”.

“Quem consome feijão regularmente não terá problemas de desnutrição ou anemia. Eu consumo todos os dias, no almoço e na janta, é maravilhoso”, afirmou o produtor.

O Brasil também produz grão-de-bico, e apesar de ainda depender das importações para suprir o consumo da população, a leguminosa ganha espaço na produção agrícola, principalmente como alternativa de safrinha.

Pioneirismo

Além disso, o produtor rural Osmar Artiaga é um dos pioneiros no cultivo de grão-de-bico no país. Engenheiro agrônomo por formação, Osmar se interessou pela cultura após escolher a leguminosa como tema da sua tese de mestrado. E foi no ano de 1995 que decidiu colocar em prática todo o conhecimento na região de Cristalina, em Goiás.

“Cultivo grão-de-bico por paixão. É o melhor alimento que existe e a segunda leguminosa mais consumida no mundo”. Entre idas e vindas, perdas de safra, ganhos de produtividade, desenvolvimento de cultivares e até embarques para o exterior, Artiaga permanece com o cultivo do grão, totalizando uma produção anual de 300 toneladas.

“Estou trabalhando em uma farinha que, se adicionar água e levar ao fogo por 3 minutos, teremos um alimento riquíssimo em proteína e energia”, afirmou.




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