Com o objetivo de explorar o potencial das matérias-primas cultivadas no Brasil para a produção de alimentos vegetais similares aos de origem animal, o The Good Food Institute Brasil lançou, em colaboração com pesquisadores da UNICAMP, o Estudo de Proteínas Vegetais Nacionais Aplicadas a Produtos Plant-Based.
O objetivo principal é ampliar o uso dessas fontes, diversificando as opções de proteínas vegetais disponíveis no mercado nacional. A pesquisa procura identificar as matérias-primas mais promissoras em termos de desempenho tecnológico e econômico, visando a sustentabilidade e viabilidade desses alimentos.
Embora a soja e a ervilha sejam atualmente as principais fontes proteicas utilizadas na produção de produtos cárneos vegetais, a biodiversidade brasileira oferece uma vasta gama de matérias-primas vegetais ainda não exploradas pela indústria de proteínas alternativas. Uma pesquisa do GFI Brasil em 2021, revelou que 84% das empresas brasileiras consideram prioritário o desenvolvimento de novos ingredientes proteicos de origem nacional.
Dentro desse contexto, o estudo identificou 18 espécies vegetais nacionais com maior potencial para a indústria plant-based, incluindo cereais, crucíferas, leguminosas, raízes tuberosas, sementes e tubérculos. Entre eles, o milho, a mandioca, a batata e o arroz destacam-se como fontes mais promissoras, devido ao seu volume de produção e impacto na economia nacional.
Além de impulsionar o setor de proteínas alternativas, o desenvolvimento de novas fontes de proteínas vegetais no Brasil pode gerar benefícios adicionais para a economia, como aumento da renda para os agricultores, fortalecimento da indústria agrícola e alimentícia, redução de preços para os consumidores e promoção de práticas sustentáveis.
Em sintonia com as tendências globais de consumo e a crescente demanda por alternativas alimentares sustentáveis e que respeitem a biodiversidade, o estudo representa um passo em direção a uma indústria brasileira mais sustentável e competitiva no mercado global, beneficiando tanto os consumidores quanto os produtores.