Guia 2021

Cadastre-se
Participe
CADASTRE SUA EMPRESA - CLIQUE AQUI
Voltar

Alimentos plant-based vs. dieta plant-based!

Até pouco tempo atrás, o termo plant-based era basicamente ligado aos regimes veganos e vegetarianos. Como substituir um delicioso hambúrguer de carne de boi, frango ou misto, por uma mistura de saborosos legumes? A cada dia que passa, novos produtos plant-based são introduzidos no mercado e conquistam um público cada vez mais diversificado. O crescimento do setor foi tanto, que nos Estados Unidos existe uma Plant Based Foods Association (plantbasedfoods.org), com sede em San Francisco, CA. A jovem associação já possui 174 empresas membros.

Não se pode confundir alimentos plant-based, veganismo, vegetarianismo e dieta plant- based!

Mas, veganismo e dieta plant based não são a mesma coisa?

Não exatamente! O termo ainda não é totalmente conhecido no Brasil e muitas pessoas confundem a dieta com os produtos à base de vegetais. A dieta plant-based é um plano alimentar que foca no aumento do consumo de plantas/vegetais (em tradução literal), o que significa um cardápio com mais verduras, rico em fibras, antioxidantes e mais consciente em relação ao mundo. Prioriza a alimentação natural e fresca.

Já os produtos plant-based são alimentos industrializados, ou seja, processados, feitos de plantas e que podem ser encontrados em supermercados e lojas especializadas, o que não garante que sejam mais saudáveis.

Alimentos industrializados contendo, por exemplo, corantes e conservantes, são excluídos da dieta plant-based, algo que nem sempre acontece na dieta vegana.

Por mais que essas definições sejam as mais comuns para abordar a dieta e os produtos plant-based, a semelhança entre elas não é um consenso entre nutricionistas. Há quem defenda que os alimentos à base de plantas deveriam ser minimamente processados, integrais ou in natura, ter até três ingredientes e não possuir aditivos. Porém, a indústria de alimentos processados à base de plantas teria se apropriado do termo por falta de outra palavra que definisse esses itens que... simulam as carnes.

Esse tipo de conceito vai muito além da alimentação, envolve saúde, sustentabilidade e nutrição. Uma pergunta que todo mundo faz quando entra de cabeça nesse estilo de vida, é como ter uma alimentação equilibrada comendo apenas alimentos orgânicos e naturais. A resposta é simples: todos os alimentos, em conjunto, garantem os nutrientes necessários para o corpo. Mudar radicalmente de alimentação não é fácil, por isso é recomendado começar aos poucos. Dar preferência aos alimentos orgânicos. Assim, aposte em frutas, vegetais, tubérculos (batata, mandioca, batata-doce), leguminosas (feijões, lentilha), cereais integrais (arroz, trigo, quinoa), oleaginosas (castanhas, pistache, nozes), sementes e cogumelos.

Além de fazer bem para a saúde e ser uma forte aliada no tratamento da obesidade e hipertensão, seguir uma dieta plant-based deveria ajudar a reduzir o impacto sobre o meio ambiente.

Ou seja, se você se considera vegano e quer muito consumir as carnes vegetais incríveis, e gosta de colocar maionese vegana em tudo, saiba, desde já, que o dinheiro que você gasta ou gastará nesses produtos é, e continuará sendo, usado por essas empresas para produzirem e processarem mais e mais animais, não participando em nada com uma melhoria do meio ambiente. A conclusão é uma só, está cada vez mais claro que as carnes vegetais que os veganos liberais tanto têm elogiado e comemorado, não são nenhum progresso para os animais e para a causa vegana. Pelo contrário, representam o triste fato de que a agroindústria da exploração animal foi vitoriosa em subjugar grande parte dos veganos aos seus interesses de lucrar, ao mesmo tempo explorando e matando animais e produzindo itens veganos, assim como em fazê-los desistir de reivindicar o fim do especismo.

É uma ilusão, ou bastante ingenuidade, pensar que a carne vegetal e a maionese vegana são um primeiro passo para alguns gigantes do agronegócio virarem empresas veganas e pararem de explorar animais. Nem faria sentido!

Agora, por que continuar a usar a palavra hambúrguer? A palavra hambúrguer deriva da cidade de Hamburg, na Alemanha. Hamburger, em alemão, é o demônimo de Hamburg, similar a frankfurter e wiener, qualificativos usados em outros alimentos derivados da carne e demônios das cidades de Frankfurt e Viena (em alemão Wien), respectivamente. Por definição, um hambúrguer (também abreviado burger) é um sanduíche que consiste em um ou mais hambúrgueres cozidos - fritos, grelhados, defumados ou grelhados no fogo - de carne moída, geralmente carne bovina, colocados dentro de um pão ou pão fatiado. Costumam ser servidos com queijo, alface, tomate, cebola, picles, bacon ou pimenta e condimentos como ketchup, mostarda, maionese e outros molhos especiais; e são frequentemente colocados em pães de gergelim. Um hambúrguer coberto com queijo é chamado de cheeseburger.

Para evitar todo e qualquer discussão, não seria melhor chamar os plant-based hambúrgueres do que eles são realmente? Discos ou bolinhos de vegetais... com vários ingredientes para manter o formato, a conservação e a consistência, e tentar ludibriar as nossas papilas gustativas! Chamá-los de discos ou bolinhos de legumes acabaria de vez com toda a controvérsia. São produtos distintos para dietas distintas. Será que a palavra disco/bolinho de vegetais não tem o mesmo apelo que hambúrguer? Com certeza, não!

Como já mencionado, é cada vez mais comum encontrar produtos prontos de origem vegetal nos supermercados. E, além de molhos e massas sem ovos, leites e queijos vegetais, as carnes entraram no jogo. Feitas de soja, ervilha ou grão-de-bico, seriam uma opção saudável para quem deseja diminuir ou parar de consumir carne; mas continuam sendo alimentos ultra processados.

Para se estender o prazo de validade ou, até mesmo, deixar alguns desses alimentos com sabor e textura (em teoria) semelhantes às carnes bovinas, são acrescentados sódio, açúcar, gorduras, aditivos químicos e sintetizados. As composições dos produtos oferecidos são distintas, uma verdadeira panaceia de ingredientes! Proteína texturizada de soja, proteína isolada de soja, proteína de ervilha, farinha de grão-de-bico, lentilha, gordura vegetal, amido modificado, cebola, condimento preparado sabor carne, sal, açúcar, beterraba em pó, cogumelos e assim vai. Alguns contém até heme, uma molécula que faz com que o alimento pareça "sangrar" na hora de fritar. Aqui, cabe parabenizar algumas grandes empresas que colocam à disposição dos processadores de alimentos novas proteínas, até agora pouco usadas. São empresas inovadoras.

Segundo relatório divulgado em julho deste ano, pela Polaris Market Research, o mercado global de carnes à base de plantas foi avaliado em 11 bilhões de dólares em 2020, e a tendência é que cresça 15,8% até 2027. De acordo com a pesquisa, os fatores responsáveis por esse crescimento são o aumento da população vegana no mundo e a conscientização do consumidor sobre a substituição de proteínas animais, seja por benefícios relacionados à saúde, seja pela Covid-19. O relatório mostrou que o risco de infecção fez com que as fábricas de embalagem de carne fossem fechadas, e a demanda de proteínas à base de plantas foi impulsionada por preocupações com a saúde. Neste contexto, os produtos plant-based aparecem como alternativa para quem deseja diminuir a quantidade de carne no prato.

Ainda que exista a tentativa de tornar esses alimentos mais saudáveis, ainda são considerados ultra processados e, em excesso, podem fazer mal. Pela baixa qualidade nutricional, forte presença de aditivos e estímulo ao alto consumo, esses produtos industrializados podem ser associados ao aumento no risco de doenças crônicas, como obesidade, diabetes, doenças do coração e câncer.

Mas se a vontade for maior e você quiser comer esses produtos embalados em lindas caixinhas de papelão, com altíssimo apelo mercadológico, o ideal é ler os ingredientes e analisá-los, observando principalmente a quantidade de gordura, açúcar e sódio. E nada de exageros. A recomendação é consumir a cada 15 dias ou, no máximo, semanalmente e em pequenas porções.

É claro que por conterem proteínas de origem vegetal, em uma alimentação vegetariana ou vegana esses alimentos substituem a proteína animal. Porém, se não houver preocupação com os hábitos alimentares, é possível que apareça alguma deficiência nutricional, principalmente em relação a ferro, zinco e vitamina B12. Por isso, é importante um acompanhamento com nutricionista para avaliação dos exames e suplementação, caso necessário.

Há muitas razões para diminuir o consumo de carnes, do impacto ambiental ao sofrimento dos animais. Mas alternativas ultra processadas nem sempre são as melhores, pelo menos em relação à saúde, do que salsicha, linguiça ou hambúrgueres prontos de carne.

Há quem diga que introduzir esses produtos plant-based no mercado alimentício pode despertar a população para novas formas de consumo que reduzam os impactos causados pela indústria da carne. De qualquer forma, a ideia é não fazer deles uma regra no cardápio, e sim uma exceção.


* Michel Wankenne








Notícias relacionadas



Envie uma notícia



Telefone:

11 99834-5079

Fique por dentro de tudo que acontece
no universo de Plant-Based:

Fique conectado:

© EDITORA INSUMOS LTDA.

Av. Srg. Lourival Alves de Souza
130 - Conj. 113 - 1˚ Andar
04675-020 - Jardim Taquaral
São Paulo, SP - Brasil

001